Sofrem os que amam? Mas se amam, e a Lei de Amor é Divina, por que sofrem? Necessário refletir…
É de se presumir que aqueles que amam são seres que já se espiritualizaram, que superaram as vis paixões revestidas de vicissitudes para externar a outrem o ensinamento e a máxima cristã: ‘…amareis vosso próximo como a si mesmo…’. Assim pressuposto, torna-se compreensível analisar porque aqueles que amam, na prática do verbo supremo, sofrem.
Sofrem porque conhecendo a felicidade que goza o justo, presenciam a dor e o tormento do injusto que jaz no charco; concebendo na caridade a rota da salvação, veem almas queridas no abismo da perdição; conscientes de que a reencarnação é benção de resgate ao espírito, compartilham cenas de precipício ao despenhadeiro.
Sofrem porque elevam dedicação à aquisição e difusão da sabedoria, enquanto o próximo atira sábios à masmorra; porque enxergam no Evangelho o ‘Livro da Vida’, ao passo que a multidão soberba posta-se emudecida à Verdade; porque embora todos saibam o exemplo do Amor vivido pelo Cristo, prevalece o ódio fúnebre nos corações trevosos.
Eles, os que amam, sofrem. Sim! Mas são almas despertas e confiantes que a Providência guarda ‘sob suas asas’ todos os desígnios, e estão conscientes de que os que hoje caem e vacilam no erro, amanhã serão os grandes vitoriosos da senda do progresso.
Por isso, mesmo sofrendo, jamais cessam o auxílio. Jamais estacionam ou se parasitam no aguardo daqueles que ‘ficaram para trás’. Revés disso, convertem-se em verdadeiras moendas que transformam almas pelo exemplo, pela atuação inesgotável.
É que eles, os que sofrem pelo Amor às criaturas ainda recalcitrantes no erro, reconhecem e vivem hoje, para a glória de todos nós no grande amanhã, a mensagem crística imortal ditada por Jesus: ‘Quero aniquilar a dor neste Mundo’.
Transformemo-nos! E dia virá em que os que amam não sofrerão, mas somente serão amados.
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