“O Evangelho é serviço redentor, mas não haverá salvação para a humanidade sem a salvação do homem.” – Frei Pedro de Alcântara¹
Não há quem não clame diariamente por uma transformação da humanidade e, sem pestanejar, indignamo-nos contra as mazelas percebidas, a violência tão evidente, e as dores que são frutos da inclemência dos homens. Os correios noticiários nunca foram, aliás, tão sangrentos…
No entanto, como bem adverte Frei Pedro de Alcântara, na linha trazida no introito deste singelo pensamento, não haverá salvação e transformação da humanidade ao fim, se não houver, de começo, a transformação do próprio homem individual, sendo uma, a consequência da outra.
Claro! Só podemos cogitar de um mundo melhor, com mais paz, mais alegria, mais harmonia, e mais regeneração, se houvermos adquirido, no íntimo de cada um de nós, as tão almejadas virtudes que a Lei Divina – inscrita em nossa consciência – nos propele.
Como alavancar a paz mundial se estamos em guerra conosco e com os mais próximos? Como esperar a alegria nos semblantes alheios, se a aurora diária é traduzida no visual carrancudo, sisudo, rude? E como manter a querência regeneradora para o planeta que ainda é de provas e expiações, se estamos ociosos dos nossos deveres de reforma íntima, embora conscienciosos de que ao que mais sabe, mais será cobrado?
Não nos é de direito aguardar frutos se, em verdade, não somos capazes de bem semear na terra do nosso próprio Espírito, sustentando a difícil charrua de lapidação moral.
No entanto, sem delongas e sem demora, é preciso compreender que não há outra opção: a missão maior do homem na Terra é o próprio burilamento; a progressão natural da humanidade, ser-lhe-á o mérito e consequência inata.
Daí porque, antes de cobrarmos o resultado geral, estejamos aptos a demonstrar o êxito de nossa própria ação, naquilo que nos compete.
¹ XAVIER, Francisco Cândido – Instruções Psicofônicas, Cap. 11: “Reflexões”, Espírito Frei Pedro de Alcântara.