Ensina-nos o Espírito André Luiz: ‘Quem se encastela no próprio espírito é assim como o poço de água parada que envenena a si mesmo’.¹
Ao refletirmos detidamente sobre a lição do dedicado irmão, somos convidados a avaliar a forma com que estamos lidando com o nosso próximo no dia a dia das relações sociais. De fato, muitos de nós, por motivos vários, desejamos nos ‘encastelar em nosso próprio espírito’ e desprezamos a necessidade da convivência para o engrandecimento de nós mesmos, na troca de experiências e oportunidades de transformação moral.
Sim, pois é nas duras conversações com o nosso semelhante, nas difíceis tramas da teia familiar, nos percalços do cliente angustiado que busca ser aliviado pelo conselho de bom senso, na oportunidade do perdão àquele que nos gerou a ofensa, que, enfim, nos damos conta de que somente as relações sociais próprias da convivência são capazes de nos burilar o espírito, evitando-se o envenenamento de nossas virtudes.
Pensamos assim, com esteio seguro nos exemplos múltiplos que nos são evidenciados, quando presenciamos, ouvimos, ou falamos de irmãos que se retraem da convivência por ‘não mais suportarem’ os pesos da sociedade, como se o peso da sociedade, em parte, não fosse o peso enfadonho de nós mesmos.
N’outra via, se queremos uma sociedade melhor, não há dúvidas de que o recolhimento e o esquecimento das mazelas ‘dos outros’ não trará, de modo algum, a desejada melhora. Mister darmos o nosso contributo e, para tanto, a convivência no amparo ao mais necessitado, o carinho para o idoso, o conselho para a criança, o sorriso para o bruto e entristecido, são medidas simples e das mais benéficas.
A par disso, a convivência, além de possibilitar a revisão dos nossos próprios conceitos preconcebidos, abre portas para as vertentes da caridade, pelas atitudes fraternas e solidárias que o convivente distribuirá para alentar o irmão mais necessitado.
Com isso, mais razão assiste ao irmão e Espírito André Luiz, quando encerra sua iluminada reflexão: ‘…a felicidade que fizermos aos outros, será luz da felicidade sempre maior brilhando em nós.’
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¹ O Espírito da Verdade – Chico Xavier e Waldo Vieira, por Espíritos diversos; Cap. 100: Você e os Outros.