Nos amplos horizontes da vida deparamos com degraus que nos impõem o necessário entendimento sobre a caminhada. De forma abstrata, eles representam os escolhos do dia a dia, as atribulações, as angústias, as tristezas, os parcos recursos materiais, os litígios familiares, as doenças físicas, as dores da alma, os vícios de toda ordem…
Serão eles – os degraus -, no entanto, obstáculos que nos paralisam ou elementos de ascensão?
O ponto de vista, aqui, possui importância capital para a resposta ao questionamento proposto, pois, considerando os degraus como ‘obstáculos que paralisam’, nos comprimimos, nos tornamos aturdidos, nos vitimizamos, e não saímos do lamaçal sem as profundas cicatrizes provocadas pelo sofrimento e pela dor.
Por outro lado, colocando os degraus como ‘elementos de ascensão’, fazemos deles a mola propulsora ao nosso progresso espiritual. E, ainda que venha toda sorte de provas e expiações, não vacilaremos nos abismos do erro, pois estaremos certos de que o infortúnio não perdurará eternamente.
É, assim, confiar na força Suprema que não nos desampara; é manter fé raciocinada e corajosa; é concitar no pensamento o cântico da certeza: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” ¹
Não esqueçamos, aliás, que esses ‘degraus’, que muitas vezes nos levam a amaldiçoar com palavras espúrias o nosso Criador, são, por fato inevitável da Justiça Divina, efeitos de nosso próprio erro; de hoje, ou de outrora. Em suma, é a Lei de Causa e Efeito que não tarda jamais.
Urge, então, nesses tempos de transição, que ampliemos os campos de nossa consciência para um despertar espiritual, pois cada um é atraído para o ponto das suas aspirações.
Que os nossos degraus, assim, sejam de ascensão aos Planos Divinos, por Jesus, para Jesus, e com Jesus.
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¹ Salmos 23:4.