Ensina-nos o Espiritismo que as alegrias e as consolações perenes estão reservadas àqueles que bem suportarem os reveses da caminhada terrena.
Isto porque a verdadeira felicidade ainda não faz parte de nosso orbe material, tão chafurdado nas provas e expiações; embora, angustiosamente, subindo para um mundo de regeneração ao sabor e ao tempo da consciência humana, pouco a pouco iluminada.
Por suportar os reveses, porém, não entendamos, aqui, a inação que tudo espera. Somos, ao contrário, convidados ao bom combate, à boa luta, ao bom termo dessas vicissitudes que nos assomam e assolam nosso caminho.
Mister que atuemos de forma cirúrgica nas ações comezinhas de cada dia, aplicando o Evangelho de Jesus como profilaxia para nossa alma. E é assim entendido que, nas decepções das relações humanas, recorreremos à compreensão; às ingratidões daqueles que amamos, buscaremos o perdão; às injúrias e calúnias, nos socorreremos da oração…
Desse modo agindo, aliando a ação perseverante com a resignação aos ditames de nosso Pai, que lança em nossos caminhos as sementes do aprendizado, é que vamos aguardando, felizes e esperançosos, a chegada do porvir melhor.
Ensinam-nos, de sua vez, os Espíritos amigos, que a chegada no plano espiritual, para aqueles que souberam padecer na crosta, é regada de paz interior e bênçãos consoladoras. E como devotamos fé raciocinada nesta anunciação! Como nos alentamos diante de cada prova que nos alça à sublimação!
Assim não fora, somente a lamentação e a revolta corroeria nossa alma desditosa…
Por isso amados irmãos, não nos lastimemos da jornada pedregosa. Assevera o dito popular que devemos fazer das pedras os degraus de nossa escada ascensional. E, de nossa parte, embora vacilantes e trôpegos nos passos para Jesus, busquemos também entender nossa tarefa regeneradora, a fim de que o Evangelho não se torne palavra vã, mas a luz que nos guiará no roteiro infalível à indizível esperança, do amanhã.
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