Determinados momentos de nossas vidas impelem-nos a graves questionamentos acerca das cruzes que estamos a carregar. Detidamente, olhando para o Alto, ou para a terra nua sob os pés, indagamos, na ânsia do alento, sobre o porquê de ‘tudo isso’; a razão do aprimoramento através das experiências advindas da dor.
Mesmos os mais espiritualistas, às vezes, chegam a vacilar. Sentem o sobrepeso da carga, rogando a Deus possa ser enviado o ‘cirineu da caridade’ que, como a Jesus, venha aliviar-nos os tormentos que se fazem atrozes.
Não percebemos, na inteireza da dor, que os Cirineus invocados, há muito já estão ao nosso lado. São eles que nos auxiliam na transcendência dos percalços; são eles que nos fazem mais leves e menos árdua a caminhada. Revestem-se de roupagens nem sempre perceptíveis à sensibilidade grosseira de nossos olhos, ora como amigos, ora como professores, ora como pais, ora como filhos; mas sempre, à Luz do Criador, como Irmãos, Anjos guardiães, encarnados ou desencarnados.
É assim que Deus mostra-nos a sua infinita misericórdia. A fim de que não nos sintamos desolados, nem vencidos por nossas fraquezas diárias, imanta-nos com seu Amor, através de sua própria Criação, figurada na própria criatura.
A percepção da gloriosa intervenção exige de nós, entretanto, duas posturas: Fé Divina e altivez de pensamento. A primeira traduz-se na confiança de que há uma Força Suprema que tudo sabe e tudo vê; é a clemência do Todo-Perdoador, do Supremo Arquiteto do Universo, capaz de esperançar-nos a caminhada para dias melhores que certamente virão. A segunda, consubstancia-se na sintonia das vibrações com o que é positivo, em repulsa às formas-pensamento que nos denigrem, nos oprimem, e nos rebaixam ao lamento.
É preciso que nos esforcemos para compreender a certeza do Grande Amanhã, fazendo do Hoje o melhor de nossa caminhada. É fato que o mundo está aprisionado às pedras que nos são atiradas em constância, mas o Criador, em resposta, concede-nos a Natureza que se transborda em flores.
Então, nos momentos duros, lembremos: na vida, há flores.
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